sábado, 25 de dezembro de 2010

Hoje

Nada como vivenciar algo para se entender do assunto.
Depressão.

Você vive normalmente sua vida e não percebe, mas esse bicho vai crescendo em você.

Um dia você acorda e percebe que seu passado é a coleção de blocos distintos, alguns bons e outros ruins, mas são apenas passado. Seu presente é um grande vácuo, um buraco negro, seus companheiros são a tristeza, a angustia, o medo, o pânico, o vazio. Você não quer nada, não sabe de nada, mas tudo te apavora e te faz encolher.

Seu futuro não existe é apenas um longo túnel sem luz ao fundo.

A luta só começa quando você admite que está doente e procura ajuda especializada. Psiquiatria...tantas vezes temi essa especialidade, mas agora é quem me ajuda, mas também me faz refém. Diagnóstico : Depressão crônica e fobia social.

Você tem amigos, gosta deles, alguns até ama de verdade, mas qualquer contato te faz mal, afinal você não tem nada a dizer, nem mesmo quer falar.

Os remédios mudam cada vez que deixam de fazer efeito.

Você começa a ter saudade de você mesma, mas nesses blocos do passado existem várias faces de você....qual é a real? Onde você se encontra.

A idéia do suicídio é recorrente, mas controlada pelos remédios.

Mas em algum lugar dentro de mim sei que sou guerreira e irei vencer. Afinal não posso permitir que algo de nasceu em mim possa vencer o todo que sou eu.

Aos que abandonei peço perdão e paciência.


Aos que agredi peço desculpas.


Aos que entenderam eu agradeço.


Eu vencerei.... sei que vencerei...sempre venci.


É apenas um inverno extremamente longo, mas acredito que a primavera voltará.



sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Caminhei demais, andava por diversos lugares, avenidas, ruas e becos, alguns iluminados, outros escuros, alguns alegres, outros tristes. Em alguns fui bem recebida, em outros nem tanto. Mas continuei a caminhar, buscava algo que nem mesmo sabia o que era, a necessidade do que faltava em mim fazia a jornada se tornar urgente.
Enfim, um dia, depois de tanto caminhar, esqueci meu ponto de partida, perdi minha referência. Agora tento fazer o caminho de volta, procurando algo mais básico, o meu próprio eu. Mergulhei no escuro, pois a sabedoria não me levou muito longe, preferi confiar no acaso.
Se alguém me encontrar por aí, por favor , me avise, preciso falar comigo urgentemente.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Saudades

Revejo todo tempo que estive com você
unidos no mesmo sonho
imbuídos
do mesmo desejo, no entanto,
me lembro que te perdi.
e sinto sua ausência de forma dolorida
longe de mim física e emocionalmente
olho para o futuro e nada vejo
desejo apenas poder voltar no tempo
e sei, que por mais que queira, isso não é possível
contudo, não desisto de sonhar
amar-te e ser amada
rirmos juntos de coisas só nossas
viajarmos sem sairmos da cama
amigos e amantes, sempre
leves e livres
hoje, amanhã e sempre
ou, caso isso não passe de um sonho, que dele eu nunca possa despertar.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Passeando pelo Jardim Botânico em busca de fotos bonitas, me deparei com uma belíssima borboleta azul, daquelas que simbolizam sorte. Foram muitas as tentativas para capturar sua imagem plena, aberta ; mais de 20 minutos seguindo uma borboleta. Enfim, não obtive a foto, mas a imagem da borboleta azul permaneceu em minha memória, flutuando entre meus pensamentos.
Tenho um hábito, sempre que ejo uma borboleta azul, coisa rara hoje em dia, penso que terei um sonho realizado.
Parei. Sentei e pensei. Quantos sonhos aonda tenho? Ainda sonho? Sim, ainda teimo sem sonhar, talvez não busque realizá-los como antes, mas ainda teimo em sonhar. Tenho plena consciência de que a grande maioria permanecerá exatamente assim , um sonho : ah! mas sei, de alguma forma eu sei, que pelo menos alguns deles eu realizarei. Quando? Onde? De que forma? Não sei dizer, mas acredito.
E qual o real motivo de continuar a crer em alguns dos meus sonhos? Simples. O dia que eu deixar de sonhar, deixarei de viver.
Não desisto, continuo procurando inha bela borboleta azaul.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Música de Maysa. / Resposta

Nada original, apenas a letra de uma música que fala muito do que sinto :
"Ninguém pode calar dentro em mim,
essa chama que não vai passar,
é mais forte que eu,
eu não quero dela me afastar.
Eu não posso explicar como foi
e nem qunado ela veio.
Só digo o que penso,
só faço o que gosto
e aquilo que creio.
E se alguém não quiser entender e falar,
pois que fale.
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe.
E se a alguém interessa saber,
sou bem feliz asssim,
muito mais do que já falou
ou vai falar de mim".

Bravo...bravo...bravo

terça-feira, 11 de maio de 2010

Palavras

Falo, falo muito. Falo o que me vem à cabeça. Não existe canal de censura entre meus pensamentos e meus lábios. Falo o que devo e o que não devo, na hora certa e na hora errada. Por tudo podem me condenar, menos por me calar.
Talvez, por tanto falar, tenho começado a pensar nas palavras em si, no que realmente significam quando ditas.
Percebo que algumas, na verdade, nada querem dizer, são apenas um grupo de letras que ajudam a quebrar o silêncio; outras, ah! essas conseguem ser o receptáculo de inúmeros sentimentos e intenções.
Quando digo que muitas das palavras nada querem dizer, obviamente falo de quem as ouve, pois para mim, cada palavra tem um motivo e um sentido real, pelo menos naquele momento, mesmo que no segundo seguinte, já nada mais queiram dizer.
Mas calar? Impossível. Seria como aprisionar meus pensamentos, impensável, pois aprisionados, não caberiam em mim e transbordariam, nem sei como.
Amo as palavras, não somente seu sentido, mas também e principalmente, seu som. A sonoridade da palavra é especial para mim.
Palavras doces ditas de forma áspera podem ferir, palavras amargas ditas com suavidade podem ser bálsamo de uma grande dor.
Só uma coisa me deixa profundamente triste é não ter o que dizer justamente quando as palavras são mais necessárias. São aqueles momentos em que os pensamentos derivados de sentimentos profundos, se agigantam e não encontram em nosso modesto vocabulário, formas de expressar tudo que queremos dizer.Nesse momento, só existe uma forma de expressão que pode substituir a palavra, é o olhar, mas esse, infelizmente, poucos conseguem captar ou compreender.
Mas mesmo com todas as dificuldades, ainda penso em jamais me calar.
Mas se um dia me calar, procurem meus olhos, penetrem neles, e, certamente lá encontrarão todas as palavras que não foram ditas, sendo que algumas, inclusive, tentem se expressar rolando pela face.
Reafirmo, calar? Jamais.

Pensar

Se for verídica a frase do filósofo "penso, logo existo", realmente minha existência tem sido um tanto quanto acentuada, talvez devesse existir menos.
Penso demais, penso em tudo e sobre tudo. Não digo que seja uma dessas pessoas que pensam muito antes de agir, muito pelo contrário, meu agir é umpulsivo, meu pensar é posterior, é reflexivo, analítico, crítico.
Mesmo quando outros me falam palavras grosseiras ou inadequadas, meu pensar/julgar não é imediato. A reação impensada é, mas o pensamento não.
Gosto de digerir os pensamentos com cuidado, analisando-os dentro do contexto, da emoção da hora, da personalidade de quem falou...como se diz no popular "cada caso é um caso".
Com certeza, como escrevo sem pensar, logo após a postagem começarei a pensar detalhadamente sobre ela, mas isso já é outra história.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Aniversário

O dia de hoje é muito importante para mim, já foi mais, agora nem tanto. Quando criança tinha a ilusão de que nesse dia, todas as pessoas do universo pensavam em mim.
Com o tempo o egocentrismo foi diminuindo, nem tanto quanto deveria, mas diminuiu.
Hoje, vejo apenas como a data em que avalio minhas perdas e ganhos, erros e acertos, tudo que aconteceu no ano anterior.
Não penso em como será o próximo ano. Não faço planos, nem projetos, não crio expectativas, pois detesto desilusões e frustações.
A única coisa que não faço é deixar de sonhar, não sonhos para o próximo ano, mas sonhos de toda uma vida, seja qual for a duração dela.
Gosto do dia de hoje, me olho no espelho e gosto do que vejo, não só fisicamente, mas , principalmente pelo fato de me conhecer e me aceitar como sou. Defeitos e qualidades. Talvez mais defeitos que qualidades, mas essa sou eu.
Gosto de mim do jeito que soue, sinceramente, quem não gostar, lamento, certamente é alguém de mau gosto.
Sim, sou autoritária, mas também submissa. Temperamental, mas compreensiva. Ciumenta, mas dedicada. Pacífica nos gestos e cruel nas entrelinhas.Lealdade, essa é uma qualidade que não abro mão, ser leal, aos amigos, aos meus princípios e a tudo em que acredito.
Enfim, uma incógnita, alguém ainda em construção, mas daquele jeito, coloco dois tijolos hoje para retirar um amanhã.
Nunca satisfeita, sempre querendo mais.
Droga, voltei ao egocentrismo....rsrsr...será que algum dia o deixei?
Mas tudo bem, não sou o centro do universo, não hoje, mas quem sabe amanhã?
Ame-me se for do bem. Se for do mal, deixe-me, fará um favor.
Bem, como diz alguém que conheço, é isso aí, rs

domingo, 2 de maio de 2010

Lembrança

É muito estranho que ainda hoje, tanto tempo depois, eu sinta a brisa suave em meu rosto quando recordo a descida na enseada de Charitas. O coração acelerado, as mãos geladas, a face em fogo, mas foi tudo muito rápido, bastou um olhar, apenas um, para que eu soubesse que o amor estava a minha frente.
Numa fração de segundos percebi ter encontrado o que havia procurado por toda minha vida.
Ali, naquele momento, nasceu uma história, uma linda e emocionante história de amor. Mas como toda história, esta também teve seu início, meio e fim. Sinto apenas que a distância entre o início e o fim tenha sido bem menor do que a que desejava. Contudo, ela existiu, mesmo que breve, mas ainda assim, quando sinto o vento suave em meu rosto, percebo que valeu a pena. Vivi um grande amor. Quantos passam pela vida sem ter experimentado isso.
Viverei uma nova história? Não sei, sei somente que outra igual a esta, nunca mais.
Realmente igual não, mas acredito sempre no amanhã, sendo assim, acredito numa nova história, nem melhor, nem pior, apenas uma nova história.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Caminhar

Dizem que o caminho se faz caminhando, mas o caminhar por vezes é muito difícil, as opções diversas, pois algumas vezes nos são apresentados atalhos, outras caminhos que parecem levar ao paraíso. Muito difíil decidir o caminho mais adequado, nem digo o caminho correto, pois não acredito em certo ou errado. Sempre que tomamos uma atitude ou decidimos por um caminho, com certeza o fazemos pensando ser a melhor escolha. Escolher o caminho que era inviável é comum, o importante é não desistir de caminhar e decidir, ou se toma outro caminho, ou se refaz os passos no mesmo caminho, apenas pisando de forma diferente.
Confesso, às vezes cansa, mas é só o tempo de recuperar o folego e continuar a caminhar.

Mundo

O mundo é muito complexo. Entender as pessoas é uma tarefa árdua. São cabeças diferentes tentando sintonizar na mesma frequência. Gosto de fazer amigos, sei que tenho um temperamento difícil, com instável, mas sou do bem, quero sempre o melhor para mim e para todas as pessoas.
Não compreeendo o preconceito, seja ele qual for, aceito todas as pessoas como elas são.
Sou comum, algumas vezes eu acerto e muitas vezes eu erro, mas quando erro, tento consertar.
Eu só quero mesmo é ser feliz!!!!!!

Lágrimas

Tenho pensado no sentido das lágrimas e em suas variedades.
Nas lágrimas que jorram como torrente e lavam nossa alma.
Nas que não suportam o silêncio e saem com soluços escandalosos.
Nas que sofridamente escorrem pelo canto dos olhos.
Mas as que mais me intrigam são as que de tão doídas, não se mostram, calma-se no peito.
Ah! As lágrimas, algumas quando escorrem, levam consigo, como uma ladeira perigosa, toda nossa força e desejo de continuar.
Mas mesmo assim, gosto das lágrimas, pois sem elas o coração seca e passa a ter uma existência privada de emoções.

Anjo bom

Entrou e saiu da minha vida como uma chama, que durante o breve tempo de sua existência tudo ilumina, revela, mostra, mesmo aquilo que guardado estava no mais profundo dos porões.
Me refez, reconstruiu, apresentou uma forma de viver até então desconhecida.
E vivi profundamente, cada mmento saboreado com imenso prazer.
A chama se apagou, mas as marcas deixadas, essas jamais se apagarão.
Enfim, que venham novas chamas, pois aprendi que qualquer luz, por menor que seja e mesmo que breve, é melhor que a infinita escuridão.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Chuvas de abril

Um antigo poeta falava sobre as "águas de março", rotineiras em nossa cidade, mas citava-as de maneira poética,como o encerramento de um período particularmente bom para os cariocas, o verão.
Hoje, em qualquer período do ano, a chuva deixou de ser poética para se tornar catastrófica.
A primeira pergunta que surge em nosso pensamento, ao vermos tantas tragédias, é em responsabilidades. Lógico que a primeira culpada é a própria chuva que veio e, hora errada, como se existisse hora certa para chover. Passado o primeiro momento, nos damos conta de que os motivos de tanta tragédia são variados. Quando se trata de lugar pobre, logo se culpa o morador."Afinal, quem mandou ele morar logo ali?" Muito mais fácil isso do que nos questionarmos e aos nossos políticos sobre urbanização viável, sobre um desenvolvimento planejado. Sim, as pessoas menos privilegiadas não escolhem onde morar, moram onde podem.
A pergunta que fica é : quem deveria fiscalizar essas construções? Não deveriam ser proibidas ou mesmo desinstaladas assim que se verifica sua inviabilidade? Mas o que ocorre não é isso, as ditas favelas vão sendo aceitas, por nós que não nos manifestamos, pelo governo que lhes dá a estrutura básica de luz, água, esgoto, telefonia. Ora, se um governo instala em local povoado toda a estrutura básica para um povo viver, deve supor-se que ele "o governo" aprova tal favela, bairro ou comunidade, como é mais comum de se chamar hoje em dia.
Acham natural, afinal pode até ser fonte de alguns votos na próxima eleição, dar moradia aos pobre coitados, mesmo que se saiba que o terreno é instável, que abaixo dele existe um lixão, que terrenos estão sendo desmatados de forma predatória. O que importa? Importa o momento.
Não estou aqui para acusar nem apontar culpados, por achar que a culpa cabe a todos nós que não pensamos nosso país, que vamos deixando as coisas acontecerem de forma aleatória.
Mas um belo dia vem a chuva, e centenas de pessoas são mortas de forma cruel, milhares perdem seu lar, sua dignidade, sua referência de vida.
Nesse momento o ideal é parar, parar mesmo e pensar, ou melhor, repensar qual o direito e o dever de cada um.
Sem paternalismos ou assitencialismos, mas como o sentido verdadeiro de cidadania. Criar uma nova consciência de que o problema de um é problema de todos.
Juntos, em nosso cotidiano, aprendemos que a natureza deve ser respeitada, que o cidadão tem direito a moradia decente.
Um passo de cada vez, mudanças sutis em nosso modo de viver e agir. Todos. Povo e Governo.
Quem sabe assim amanhã poderemos viver e cantar de forma poética o sentido das chuvas, sejam de verão ou de qualquer outra estação, com a alegria de saber que é apenas mais uma canção.